segunda-feira, 16 de abril de 2018

Amigo Universal

Em todos os anos, há um dia especialmente dedicado ao amigo/a. Sem dúvida alguma, uma ótima oportunidade ou pretexto para se falar a respeito da Amizade num sentido mais amplo. “Amigo Universal” não é uma ideia nova. A respeito dela podem ser encontradas referências em alguns tipos especiais de literatura.

Do ponto de vista humano, para se tornar um “Amigo Universal” é preciso passar por um processo, que começa com a eleição ou escolha de um primeiro amigo/a. Desde que não se coloque obstáculos ao seu surgimento, a amizade nasce e se desenvolve espontaneamente, livremente. Pai, mãe, filho, filha, primo, prima, sobrinho, sobrinha, avô, avó não se escolhe. Amigo, ao contrário, é uma escolha mútua que se dá por deliberação de cada uma das partes.

Ter um amigo é abrir-se a um relacionamento de igual para igual. É confiar no outro a ponto de poder trocar com ele os próprios segredos e confidências. Ter um amigo é permitir-se falar coisas que não se diria a nenhuma outra pessoa. É projetar a própria realidade no outro como se este fosse um espelho, sem medo de como a própria imagem voltará, nele refletida.

Pela amizade, os amigos ganham a possibilidade de se conhecerem a si próprios, melhor e mais profundamente. Pela amizade os amigos ganham a possibilidade de conhecerem ao outro de maneira mais verdadeira e profunda.

Quem vive a experiência de ter um amigo torna-se capaz de, pelo aprofundamento que adquiriu de si mesmo e do outro, ganhar mais entendimento e compreensão quanto às demais pessoas existentes perto ou longe. ”Amigo Universal” é aquele que faz uso dos conhecimentos e experiências adquiridos em sua vivência de amizade com um ou mais amigos, construindo um conceito de ser humano positivo capaz de corresponder a uma amizade verdadeira.

Não é possível ter um número muito grande de amigos com os quais se possa ter um grau tão profundo de intimidade e de troca mútua. A “Amizade Universal” nasce de amizades abertas e não fechadas, exclusivistas. Quem tem um amigo certamente foi capaz de vencer, pelo menos em parte, o próprio egoísmo. Quem é capaz de se sentir  “Amigo Universal” compreende melhor o ser humano, não desacreditando de que, dentro de cada pessoa existe um lado bom e verdadeiro, que precisa ser reconhecido para poder se desenvolver e prosperar.   

Postado por José Morelli

                                                                                        

segunda-feira, 2 de abril de 2018

Fase de latência

Na chamada fase de latência, os meninos dão preferência em estar e brincar com meninos e as meninas se agrupam, brincando e curtindo aquilo que mais lhes agrada. Latente é o mesmo que escondido. A sexualidade parece adormecida. De maneira semelhante ao que acontece com as árvores, no outono, tempo em que não crescem nos galhos, nem produzem novas folhas nem frutos, mas crescem embaixo da terra, em suas raízes, a fase de latência é rica no crescimento da estrutura básica do comportamento do menino e da menina.

Desde o momento em que se percebem diferentes no corpo, incentivados também por certos condicionamentos dos adultos, meninos e meninas vão se agrupando, formando seus “clubinhos” exclusivos de amizade e brincadeiras. Ao brincarem, aprendem uns com os outros, servindo-se mutuamente como espelhos.

Com esta convivência, iniciam um esforço concentrado de crescimento e amadurecimento. Assimilando maneiras de ser e de agir, constroem a própria personalidade, incorporando hábitos, valores e posturas adequadas aos comportamentos de suas respectivas identificações sexuais.

Na medida em que vão se sentindo firmes na própria maneira de ser, percebendo que já conseguem reproduzir, de maneira mais segura, o padrão de comportamento do próprio sexo, as crianças vão se aproximando do sexo oposto, jogando a própria imagem e medindo o efeito causado. A receptividade ou não se transforma num jogo de tentativas de erros e acertos. Os acertos reforçam os comportamentos mais adequados, enquanto que a má receptividade aos erros desestimula os comportamentos menos convenientes.

Em famílias em que o menino ou a menina é apenas cercado de outras crianças e adultos do sexo oposto, a convivência oferece poucos elementos do modelo de comportamento consonante ao próprio sexo. Para essas crianças, principalmente, é importante que tenham outras convivências, mais intensas, fora de casa, com crianças do próprio sexo e, com elas, formem seus “clubinhos” e, dessa forma, possam compensar a falta que têm dentro de casa.

Postado por José Morelli