sábado, 24 de junho de 2017

Seios maternos

Enquanto a boquinha do bebê se volta, sôfrega, na direção do mamilo de um dos seios de sua mãe, seus dedinhos, de ambas as mãos, tocam delicadamente a pele desse mesmo seio, um espetáculo de se ver e de se emocionar dada a grandeza de seu significado. Registros dessas ações, através da sensibilidade e do olhar, chegam ao cérebro do bebe e da mamãe e vão sendo registrados nos respectivos arquivos do subconsciente de ambos, ali permanecendo pelo resto de suas vidas. 

Das formas mais variadas, o imaginário de todo e qualquer ser humano foi marcado por tais lembranças. Elas se encontram latente e podem ser resgatadas a qualquer momento, trazendo de volta a experimentação das sensações que permaneciam e permanecem impressas na alma de cada pessoa, na sua individualidade.

O leite materno é, dentro da capacidade humana, o responsável por um dos processos mais dinâmicos do crescimento da massa corporal dos bebês. É ele que, como alimentação exclusiva, não só permite o desenvolvimento físico de cada membro e de órgãos internos como também de suas respectivas capacidades energéticas, indispensáveis ao seu  funcionamento.

De acordo com a história contida na Bíblia: Palavra de Deus revelada, Maria de Nazaré, a Mãe de Jesus, amamentou com o leite destilado de seus seios, o Filho de Deus feito homem, possibilitando-lhe que seu corpinho crescesse e se desenvolvesse. Baseando-se nessa fé, foi assim que, neste último domingo, o Largo do Rosário, localizado no centro do bairro da Penha, serviu como palco a grandes manifestações de cunho religioso e cultural. No aconchego formado pelos muros de arrimo que cercam o largo e a igreja que o completa como braços abertos, a multidão que ali se encontrava vivenciou expressões de profundos significados.

Na pessoa de Maria, Deus se revela também como Mãe da humanidade, necessitada do amparo nas vicissitudes da vida cotidiana de cada pessoa. Assim, que um dos momentos mais emocionantes ali vivenciados foi aquele em que todos entoaram um cântico no qual diziam: “Ei Mamãe! Abraça eu, mamãe! Embala eu, mamãe! Cuida de mim!...” Na simplicidade da linguagem popular, a clareza do sentido desse canto marcou a importância da mensagem que nele estava contida.

quinta-feira, 1 de junho de 2017

Um primeiro passo

Ao qual se segue um segundo, um terceiro, um quarto e, assim sucessivamente, até se chegar ao termo final daquilo a que se propõe buscar ou atingir.   Importante é acreditar, encorajar-se, decidir e dar o primeiro passo, assumindo uma atitude concreta, seja qual for o objetivo a ser alcançado. Se se trata de um objetivo que seja bom, construtivo dentro e fora, que leve ao bem, porque ter que ficar resistindo e cedendo àquelas vozes interiores, preguiçosas e medrosas, que nunca deixam de existir e de dizer para esperar, fazendo deixar para depois o que já se poderia resolver no imediato?

O fato é que, o simples ato de decidir já é um começo de solução, constituindo-se como um ato de abertura ao novo e de coragem, indiscutivelmente. Porém, os primeiros passos não deixam de serem fundamentais, mesmo que acompanhados de medo e de insegurança. Vontade de retroceder é mais do que normal que sobrevenha. Daí, a necessidade de persistir e não se deixar dominar pelo desânimo e pelo comodismo.

A orientação que é impressa aos passos é que leva a lugares diferentes. A permanência sempre na mesma direção não permite que se chegue a novos lugares. A experiência do novo faz modificar os pensamentos e os sentimentos. Não somente se conquista o que se objetiva fora do pessoal como também se conquista mudanças internas, estruturais: de entendimentos; de quebras de preconceitos e de novas construções emocionais e afetivas.

O ser humano não é um ser acabado, definitivamente pronto. Ele se edifica passo a passo. Cada ação vai se sobrepondo uma à outra. Cada ação possui duas dimensões: no sentido da linearidade horizontal e no sentido da profundidade vertical, tanto para baixo como para cima, da imanência e da transcendência.  Um primeiro passo não deixa de ser um ato concreto de crença em si mesmo e na vida, seja a própria seja a de tudo e de todos que giram à volta.

Postado por José Morelli