Enquanto a boquinha do bebê se
volta, sôfrega, na direção do mamilo de um dos seios de sua mãe, seus dedinhos,
de ambas as mãos, tocam delicadamente a pele desse mesmo seio, um espetáculo de
se ver e de se emocionar dada a grandeza de seu significado. Registros dessas
ações, através da sensibilidade e do olhar, chegam ao cérebro do bebe e da
mamãe e vão sendo registrados nos respectivos arquivos do subconsciente de
ambos, ali permanecendo pelo resto de suas vidas.
Das formas mais variadas, o
imaginário de todo e qualquer ser humano foi marcado por tais lembranças. Elas
se encontram latente e podem ser resgatadas a qualquer momento, trazendo de
volta a experimentação das sensações que permaneciam e permanecem impressas na
alma de cada pessoa, na sua individualidade.
O leite materno é, dentro da
capacidade humana, o responsável por um dos processos mais dinâmicos do
crescimento da massa corporal dos bebês. É ele que, como alimentação exclusiva,
não só permite o desenvolvimento físico de cada membro e de órgãos internos como
também de suas respectivas capacidades energéticas, indispensáveis ao seu funcionamento.
De acordo com a história contida
na Bíblia: Palavra de Deus revelada, Maria de Nazaré, a Mãe de Jesus, amamentou
com o leite destilado de seus seios, o Filho de Deus feito homem, possibilitando-lhe
que seu corpinho crescesse e se desenvolvesse. Baseando-se nessa fé, foi assim
que, neste último domingo, o Largo do Rosário, localizado no centro do bairro
da Penha, serviu como palco a grandes manifestações de cunho religioso e
cultural. No aconchego formado pelos muros de arrimo que cercam o largo e a
igreja que o completa como braços abertos, a multidão que ali se encontrava
vivenciou expressões de profundos significados.
Na pessoa de Maria, Deus se revela
também como Mãe da humanidade, necessitada do amparo nas vicissitudes da vida
cotidiana de cada pessoa. Assim, que um dos momentos mais emocionantes ali
vivenciados foi aquele em que todos entoaram um cântico no qual diziam: “Ei
Mamãe! Abraça eu, mamãe! Embala eu, mamãe! Cuida de mim!...” Na simplicidade da
linguagem popular, a clareza do sentido desse canto marcou a importância da
mensagem que nele estava contida.