terça-feira, 27 de novembro de 2012

Cotovelos

À direita e à esquerda do corpo, estes compõem as junções que unem braços a antebraços. Os cotovelos dão mobilidade, facilitando aproximações e distanciamentos. Se não fossem eles, que dificuldade haveria para que as mãos pudessem chegar à própria boca, trazendo-lhes os alimentos... No conjunto do corpo, os cotovelos ajudam no equilíbrio geral, tornando os braços flexíveis, capazes de uma variedade incrível de movimentos. A imagem de uma bailarina, rodopiando nas pontas dos pés e com os braços erguidos em ângulos, mostra o quanto o corpo ganha em estética por força destes dois caprichos da natureza.

Os cotovelos se encontram em seus devidos lugares no corpo e, também, no conjunto dos pensamentos que a mente cria. Pelo que são e fazem, a mente atribui-lhes significados. Os cotovelos possuem histórias desde tempos imemoriais. Destas histórias, novas referências se criaram, enriquecendo ainda mais o inconsciente coletivo e individual dos seres humanos, quanto à abrangência dos memos no contexto da vida e de todas as peripécias que dela fazem parte.

Expressões na língua portuguesa surgiram, nem se sabe bem por que. O fato é que o dicionário cita "falar pelos cotovelos", que é o mesmo que falar em excesso ou mostrar-se muito loquaz. Outra expressão, bastante usual, é: "dor de cotovelo", indicando a dor de quem foi deixado para trás, no amor. Os cotovelos conseguem abrir espaço na multidão. Podem ser agressivos e reinvindicatórios, legítima ou ilegitimamente. Os cotovelos têm a capacidade de se impor à resistência dos outros. Nesse sentido, eles não são nada inofensivos, muito pelo contrário. Curva de rios ou de estradas, também, são chamadas pelo nome de cotovelo. Retificar rios e estradas pode representar prejuízos à natureza, enrijecendo-a e tornando-a menos saudável e com menor condições de proporcionar qualidade de vida. A pressa, muitas vezes, pode levar a becos sem saída ou a lugar nenhum.

Os cotovelos vivem esquecidos na rotina de suas atividades. Para se fazerem lembrados, é preciso que se manifestem, através de dores ou de inchaços. Muitos nem se conscientizam de que os possuem, só quando um deles se machuca ou dói e reclama do descaso com que é tratado. Acontece, às vezes, de certas dores em articulações, inclusive as dos cotovelos, serem provocadas por situações existenciais/emocionais mal resolvidas. Nestes casos, estas dores se tornam expressões dos conflitos profundos que representam.

Por José Morelli

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Atividade comercial

Comprar e vender implica riscos. Bom senso, coragem e confiança são alguns dos pré-requisitos necessários a todo aquele que se determina a essa atividade. O empenho de suas capacidades humanas se dá em vários sentidos, em várias direções. Através de seu trabalho, o comerciante se projeta profissional e socialmente. Fornecedores e clientes exigem tratamentos diferenciados. Com eles, desenvolve, respectivamente, a arte de comprar e de vender. Sensibilidade, malícia, criatividade não podem faltar ao serem estabelecidos esses relacionamentos.

As leis. São muitas! Leis que regem o tempo, o espaço, os meios circulantes (dinheiro, cheques, promissórias...)  Leis que tratam de taxas e impostos. Leis que garantem direitos e impõem obrigações. Inteligência, previsibilidade, controle da ansiedade são imprescindíveis para administração de tantas responsabilidades.  

O comerciante se relaciona com suas mercadorias. Misturam-se sentimentos de Amor e de  ódio. Olhos, mente e coração envolvem-se nesses sentimentos. Alegria e apreensão quando as mercadorias chegam. Alívio e alegria ainda maior quando estas são vendidas e vão embora, desde que deixem alguma vantagem na transação, seja em dinheiro, que não seja nota falsa ou cheque, que não volte por falta de fundos. Prudência, fé, perseverança.

O exercício do comércio mobiliza capacidades. Atenção, percepção, intuição ou senso de oportunidade. A importância do uso da comunicação verbal e não verbal, nos momentos certos. Segurança, objetividade, discrição e sinceridade na exposição da mercadoria. Nem tudo é perceptível aos olhos. Vender um produto é revelá-lo ao comprador com fidedignidade.

O retorno da atividade comercial não é imediato. Exige um certo tempo. Primeiro é feito o investimento e, só depois de meses ou mesmo anos, é que o lucro começa a aparecer. Determinação, paciência e resistência às frustrações são imprescindíveis para consolidação de um bom empreendimento. A atividade comercial é de grande importância para a sociedade em sua organização funcional. O comerciante é um intermediário, uma ponte que liga as duas margens de um mesmo rio. Assim, ele se sustenta e permite que outros se sustentem também. Um serviço que contribui e viabiliza trocas necessárias e.  mesmo indispensáveis. Um exercício de solidariedade e de cidadania.

Por José Morelli

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

O Simbolismo das unhas

Uma longa história compõe o inconsciente coletivo da humanidade. Dessa história fazem parte as unhas, tanto das mãos como dos pés dos seres humanos, desde os seus primórdios. Em sua evolução, o animal-homem se desenvolveu com os recursos de que dispunha, nas diversas fases de seu desenvolvimento. Com a ajuda de suas unhas, ele podia subir e descer as árvores e as encostas íngremes das montanhas, além de se defender e atacar tendo em vista a sua sobrevivência, da mesma forma como se observa nos comportamentos dos outros animais.

Hoje, raramente as pessoas se utilizam das unhas para resolver algum problema do dia-a-dia. Uma infinidade de utensílios as podem substituir com vantagens. Restou para elas, principalmente, um papel estético importante. Um mínimo de cuidado é necessário para que se mantenham saudáveis e bonitas. As unhas fazem parte do todo de cada indivíduo, expressando-o como num teste de personalidade.

Na literatura e no cinema, os personagens do lobisomem, das bruxas e outros mostram o lado agressivo, representado através de longas e ameaçadoras unhas. Por outro lado, a necessidade incontida de roe-las expressa a atitude de auto-agressividade e de timidez perante o enfrentamento com o mundo externo. As unhas funcionam como um termômetro para se avaliar a saúde do corpo e da mente. A falta de vitalidade e de energia encontram um dos primeiros meios de se manifestar através da fraqueza das unhas. Elas se tornam quebradiças e com defeitos que a deformam e enfeiam.

O cuidado das unhas é uma forma de se fazer bem, de amar-se parcial e totalmente. Esse é um caminho para se melhorar a auto-estima: das pontas, das extremidades dos membros superiores e inferiores, para o centro, para o íntimo. Outra via para o reencontro consigo mesmo é o trabalho com os pensamentos e sentimentos. Não basta centrar-se apenas no corpo, em cada uma de suas partes. Para se ter e se sentir com segurança e equilíbrio, garantindo-se da melhor fluição da energia corporal e mental/emocional, é preciso aprender a ler e interpretar as mensagens emitidas pelo corpo, entendendo os simbolismos que representam cada parte. Portanto, dê uma olhada para suas unhas e veja o que elas têm a dizer prá você. Queira-as bem e queira-se bem a partir de suas unhas. Você e todos o merecem!

Por José Morelli